Ao partir, vejo-te chorando.
Ao regressar, sempre sorrindo.
E numa escalada
por um morro de dois picos
sinto o seu amor unido à esperança
e uma constante nuvem de lágrimas,
que cai em ritmo de chuva
para conter a dor de nosso sofrimento.
Criatura única e segura,
cuja força está na fraqueza.
Primeira estrela do mundo
a brilhar com luz de ouro.
Amamentou-me quando bebê
cuidou de mim criança
e me fez homem ao crescer.
Hoje, dá bronca nos meus erros
para que não esqueça nunca
seus úteis, sábios e ricos ensinamentos.
‘M’ na palma da mão
Mãe-Maria
Minha Mãe
Mãe.
Que está envelhecendo
enrugando com o tempo
se perdendo e esquecendo.
De cabelos brancos bonitos,
olhos cansados sempre vivos.
Sua voz pausada ressoa ao me dizer: – Filho!
Muito me emociona ao chamar-te: – Mãe!
Mãe!
Que na ausência é presença
na eternidade um só grito...
um grito de dor!