Aventuras do Rosa

 

Bernardo Santos

 

 

Rosa, roseira, roseiral, rosiano.

Guimarães fez da mata o quintal

E se incomodou com os adultos

Que mais pareciam soldados e invasores

Em pátria ocupada; estragadores de prazeres.

Então para que falar em infância?

Gostoso mesmo é brincar de geografia, estudar sozinho...

Crescer e ser médico, esportista, linguista e diplomata;

Porque a linguagem e a vida são uma coisa só

E ser Zé Ninguém não está com nada.

Melhor ser João Alguém e conjugar a eternidade.

Acreditar ser um conto contado por si próprio

Transformando coisas, lugares, animais e vegetais em arte.

Junto com o Vaqueiro Mariano após o Corpo de Baile,

Lapidar frases, criar palavras e desconfiar delas... Sagarana.

Escrever, aventurar-se e desbravar Grande Sertão: Veredas.

Construir as Primeiras Estórias e chegar às terceiras; Tutaméia.

Essas Estórias, fantásticas! Ave, Palavra mágica e milagrosa;

Sobrenatural no Mistério dos M M M;

Condenada em Os Sete Pecados Capitais.

João solitário,

Guimarães revolucionário,

Rosa literário.

Mas, nem sempre a história explica

Uma vida feita de estórias... E ele se foi.

“Aqui a estória se acabou.

Aqui, a estória acabada.

Aqui, a estória acaba.”

Apenas a aventura continua... Formosa.

Basta apenas ler e relar: João Guimarães Rosa.

Share by: