Praticamente, desde que se abrem os olhos neste mundo, o ser
humano começa a demonstrar que a socialização é uma das exigências mais fortes
da natureza.
Desde o sorriso do bebê, ao perceber o rosto dos pais, talvez
seja a primeira manifestação do impulso gregário que o levará mais tarde a
ultrapassar o Eu para encontrar-se com o Outro.
As fases mais importantes do processo de inserção social,
entretanto, são a adolescência e a juventude, pois nelas, quase tudo é feito em
Turmas: trabalhos escolares, entretenimentos, movimentos, passeios, etc.
São esses sucessivos ensaios que tornam o homem um ser
sociável, interessado em conhecer os problemas de seus semelhantes e capaz de
oferecer sua cooperação em prol do bem comum.
Conhecer a si próprio e aos outros é um processo de
amadurecimento do homem; pois mediante a união social é que se completa o
asseguramento do bem estar e do progresso. Por isso é que precisamos uns dos
outros.
Os homens foram feitos para viverem em sociedade.
Vida familiar
Bernardo santos
Embora a felicidade na família seja algo que muitos desejam,
os problemas familiares estão aumentando em toda a parte; algumas famílias
gozam de uma vida feliz em comum, outras não, e em geral, torna-se difícil
compartilhar deste fruto, pois ao mesmo tempo que casais vivem juntos, acham-se
separados devido aos arranjos da vida, que acabam por refletirem a
desintegração como um pano que se rompe nas costuras. O casamento, que se
constitui na união de dois seres é um compromisso que deve ser estudado em
todos os detalhes antes de ser assumido para evitar os dolorosos desajustes que
ele proporcionará com a sua evolução.
Muitos creem que o casamento tenha origem humana, que de algum
modo foi inventado no passado distante pelos homens. Esta ideia é a própria
raiz do desastroso colapso familiar atual, que cria a separação, o divórcio e
em outros casos, até o chamado adultério. Os principais problemas surgem
comumente no sexo; devido ao irrealismo dos conceitos patrocinados pela
mídia, livros, revistas e filmes, mostrando que basta apenas se apaixonar,
curtir e viver feliz para sempre. As publicações também sublinham os prazeres
sexuais, amiúde, suscitando expectativas muito além da realidade. Na verdade, o
prazer das relações sexuais depende principalmente da mente e do coração.
Por outro lado, quando o homem deixa de assumir suas
responsabilidades familiares, a mulher se sente frustrada e diz que o marido
esqueceu-se completamente de suas obrigações e uma competição de agressividade
tornam comum entre os dois. As conversas exaltam-se e cada qual cria sua
independência para resolver as suas dificuldades.
No entanto, em muitas famílias, hoje, os maiores problemas são
com os filhos, que precisam muito mais do que conversa. Eles precisam de
orientações definidas para ajudá-los a ajustar-se aos requisitos de uma
disciplina administrada com amor, e neste caso, os pais carecem dar bons
exemplos para que os filhos inclinem-se mais a sugerir aquilo que fazem do que
dizem e, quando há discrepância entre as duas coisas, logo se descobre. às
vezes prover a disciplina necessária chega a ser laborioso. Muitos filhos andam
por caminhos tortuosos e buscam prazeres desumanos, enquadrando-se em uma vida
desonesta, adquirindo vícios de bebidas, drogas, perversidade; menosprezando a
si mesmo através de prostituição, relaxando a moral com brutalidades e
violências; desprezando os pais e passando a indesejá-los como pessoas, ou
seja, como elementos de sua constituição.
O pai, a mãe, os filhos e os parentes próximos e até mesmo
distantes regem a intimidade da palavra família e esta em sua definição é um
grupo de pessoas que se ramificam e formam a sociedade; portanto, se não há
famílias, não há socialismo. O mundo vem assimilando que nos últimos anos o
sistema de vida chega asfixiar os menos avisados e despreparados. A vida é como
uma enorme máquina de concretagem, onde sentimentos, conceitos, aspirações e
sonhos, direitos e deveres estão sendo substituídos pelo cimento, a cal, a
areia e a água; porém, no final, o resultado é sempre igual: Uma massa
homogênea elástica, semicompacta, que ao romper-se provoca destruição
avassaladora.
Assim, as famílias estão se desarticulando na poluição de promessas
e mentiras; sentindo na pele os grilhões do desamor, degenerando-se em decadência, não se entendendo mais. O amor conjugal, o carinho, a amizade estão
sendo esquecidos gradativamente, e sobreviver em meio a conflitos egoístas já é
quase impossível.
Se a humanidade não deixar de se odiar, não eliminar a inveja
e a cobiça, um pouco do materialismo e acima de tudo não abrir os olhos; o amor
tornar-se-á em curto espaço de tempo num negócio difícil de ser refeito, numa
construção impossível, pois não terá concreto para sustentar os alicerces e
solidificar a base da família.
(Este texto é parte integrante do Livro O Míssil
Humano inédito).
Viver
é necessário
Bernardo
Santos
O Sol brilha e a luz é a plena alegria de viver. Os
jovens procurem os mais perigosos meios de
divertimentos e pensam que estão fazendo as mais belas e engenhosas coisas e assim
criam um mundo de loucuras em suas mentes. O carrão a duzentos quilômetros por
hora, a torcida pelo futebol no fim de semana, que na maioria das vezes acaba
em brigas, braços quebrados e corpos ensanguentados, e para muitos não adianta
o socorro, pois acabam por entrarem na escuridão.
Nada melhor que se divertir, curtir numa boa, mas a vida não
é brincadeira; ela depende de consumo de energia que é a força do trabalho e a
capacidade do saber; o estudo, importante meio para a renovação de ideias e
aperfeiçoamento de talentos do homem, para que ele possa buscar uma vida
melhor.
Há os querem modificar a vida, invadir o espaço alheio, o
campo. Os que têm prazer em acabar com a mata, poluir as águas, mas se esquecem
que estão destruindo a sua própria recreação, sua natureza, seu lar. Quanta
beleza tem em nosso planeta e porque não preserva-las?Aqueles que não querem nada com o nada são
os principais acarretadores de distúrbios da vida. Vândalos, baderneiros,
bandidos; a famosa gente à toa. Não querem viver com dignidade e proíbem de
viver os que querem.
Vide videogame
Bernardo Santos
Seremos acaso uns autômatos cuja complexidade de reações nos
faz acreditar num ilusório livre-arbítrio?
Vivemos num mundo onde a filosofia é apertar botões, digitar
senhas e deixar estar.
Vídeo / imagem, som / música, cores... Tudo se mistura num
toque de real mesclado à fantasia. Envolvemo-nos, deixamos nos conduzir para
dentro de um Game; vídeo / Vida.
O jogo não tem limite e a vida é limitada.
Não seria este o modo mais fácil e ilusório encontrado pela
Nova Geração para fugir da realidade?
Perde-se hoje; ganha-se amanhã. Recupera-se. E a vida? Não
existe será recuperação para ela?É
verdade que temos jogadores hábeis, que fizeram a história até hoje. E daqui
para frente, como será?
Geração / gera / gerador.
Nós só podemos ir movendo as peças e assim, continuar
brincando; pois todo jogo tem seu final.
Alguém irá ganhar e alguém irá perder. Vitoriosos e perdedores
se misturam numa só tarefa: A competição.
Liberdade e independência; sinônimos de Nova Geração.
Vivendo melhor através da ciência
e cultura
Bernardo
Santos
Desde a Idade
da Pedra, o homem da caverna já estava cercado de perigos por todos os lados; sujeito a ser ferido pelas garras de animais selvagens, mordido por cobras, ou
ainda, obtendo fraturas de braço e perna ao escorregar nas grandes rochas. O
homem nunca foi de ferro, mas os males sempre foram misteriosos.
E como
facilitar a vida? Inventando é claro! Pedra lascada para quebrar, amassar,
triturar, etc. Fogo para assar, cozinhar, etc. Então surge a roda, a escrita, a
comunicação, a tecnologia. Inventar é ciência; conhecer é cultura.
Livrar-nos do mal, buscar as estrelas!
Hoje é muito
difícil tentar compreender a ciência; pois ela não possuiu uma determinada
definição. A cada dia cientistas e mais cientistas afirmam novas descobertas
através de pesquisas, estudos e aprofundamento dos conhecimentos, para
atingirem o ápice: a vitória, tudo para satisfazer as necessidades do encontro
do óvulo com o espermatozoide.
Crescemos, reproduzimos e viramos cinza na grande fogueira da
morte, o maior mistério para a ciência.
A arte de conhecer as doenças, as infecções e as moléstias
constituem-se no sistema medicinal, que tem por fim a conservação ou o
restabelecimento da saúde, mas às vezes, a cura nem sempre é solucionada e os
médicos quebram a cara e não conseguem atingir seu objetivo e ficam na
avaliação do se é de... daquilo... se não é... é provável que seja...
Geralmente, a
preocupação está voltada ao valor correspondente a cada diagnóstico fornecido;
a própria ciência comprova: o símbolo medicinal; a cobra e o cálice. Cobra-se o
remédio, cobra-se a consulta, cobra-se a vida e a morte; ou seja, o veneno que
mata e também o que salva.
O avanço é
fantástico, as descobertas maravilhosas. Nos últimos anos a ciência tem se
desenvolvido com incrível rapidez, há pouco tempo o câncer era tido como uma
doença fatal, agora já temos cura para alguns tipos e isto é claro que é
importante.
O cientista moderno vê o universo como um todo vital, onde os
elementos estão ligados entre si num emaranhado de leis químicas e físicas
interligadas, avançadas, completas, complexas que a simples mente humana é
incapaz de entendê-las todas, tanto que, a filosofia em seu conceito de
natureza tende a eliminar a necessidade de Deus. Quem precisa dele? Tudo se
move sozinho... Isto causa aquilo e pronto...
A ciência domina a vida. Ela se dobra e desdobra em novas
descobertas para descobrir o que está escondido. Ela própria talvez esconda os
mistérios de seu poder não revelado e inacessível.
Não sou contra o desenvolvimento da ciência, da tecnologia.
Pelo contrário, apoio novos métodos de cura, toda descoberta, desde que nos
ajude a viver melhor e que não seja um artifício comercial pela busca de poder,
soberania e dinheiro, ou método de nos mandar para o outro lado da vida.
Neste drama
da história da evolução da vida, do conhecimento, da cultura e da ciência, onde
a capacidade de pensar está em primeiro plano, intensifica-se o cimento da
razão humana para mostrar que, o alicerce íntimo e interior de nossa estrutura
é muito mais bonito e misterioso que o nosso exterior. Não há nenhum mal em
conhecer outras culturas, não há mal em curar os males, não há mal em fazer
ciência e fabricar tecnologia; o único mal e deixar de utilizar tudo isso para
o nosso próprio bem; pois são poucos os que conseguem beneficiar-se desta
cultura científica e tecnológica.
Bendito
aquele que semeia Livros e faz o povo pensar!
Castro Alves
De todos os que preenchem nossa solidão, são os Livros os
mais anárquicos, os mais instigantes. Leia, e seu silêncio ganhará voz.